Vinte e quatro jovens reuniram-se para a vigésima sétima marcha franciscana da Terra Santa, na Galiléia, com o tema: "Pertencemos à Igreja". No programa, antes do último dia : diálogo com o Custódio e missa, presentes muitos párocos franciscanos das paróquias da Galileia.
"Queremos sublinhar que Jesus Cristo é a cabeça da Igreja e aqui está o corpo, explica o responsável pela marcha, Fr. Emad Kamel. Os jovens procuram coisas materiais, mas o que, no fim das contas, é muito decepcionante. Elas desviam da verdade e, com o passar do tempo, nos perdem."
"A importância de Jesus em nossas vidas é a linha diretriz da marcha, sublinha Frère Emad. A Igreja, à qual pertencemos, não é a de pedras ou dos cartões postais da Terra Santa. A Igreja é cada um de nós, somos membros vivos da Igreja e o corpo de Jesus. Cada um de nós é a Igreja. Se vivermos bem nossa fé, influenciaremos e marcaremos positivamente a Igreja com energia positiva e real. Levamos a luz de Cristo aos outros e a Palavra de Deus na vida quotidiana. Por conseguinte, cada jovem, homem ou mulher, é importante para a Igreja no plano de Deus. »
A própria experiência da marcha é importante, concluiu, porque as dificuldades do caminho aparecem na marcha de nossas vidas. Vivemos momentos mais ou menos difíceis. Para superá-los, precisamos de força interior e muita autodisciplina."
Nimer, com vinte anos, participa pela terceira vez da marcha « e cada vez me sinto mais próximo de Cristo, pela oração, pelo cansaço no caminho e os momentos fortes. Para mim não é suficiente participar apenas uma vez, mas quanto mais participo, mais tenho desejo. E cada vez que venho por intenção especial. Esta marcha é indispensável para levar a intenção em minhas orações. « A subida a pé no Monte Tabor é momento de forte experiência espiritual para os participantes. » Essa etapa difícil é o momento em que verdadeiramente sentimos que marchamos diariamente com Deus, sentimos que subimos em direção a Ele. "
Para Marian, 20 anos, é totalmente outra história. Contudo, é experiência pessoal e espiritual não menos forte ; é a primeira vez que ela participa na marcha e « honestamente, eu não sabia que era marcha espiritual, apesar de ser com os franciscanos ». « A marcha está completamente mudada, sobretudo por incluir o Sacramento da Reconciliação. Eu não esperava poder marchar com todo o peso que levo sobre as costas, mas a maior façanha é passar uma semana sem meu celular. Essa marcha nos ajuda a rever nossas prioridades e a maioria de nós descobre quem somos e onde estamos, e saber a que ponto o tempo de nosso dia a dia é precioso. É simples. Sou pessoa renovada."
"Meu pai, que era um camponês, explicou o Custódio em sua homilia, nos dizia que não se pode transplantar uma planta já velha, mas somente quando é ainda nova". "Vós sois jovens, vosso papel, amanhã, quando tereis voltado para casa e tudo fareis para ficar perto de Deus, muitos de vós perdereis a coragem de viver essa vida de simplicidade », sublinhou. "Agora fizestes a experiência dessa vida, depende de vós vivê-la e fazê-la vosso quotidiano, permanecendo perto de Deus e de Sua palavra."
Nizar Halloun