Entrevista com o Custódio | Custodia Terrae Sanctae

Entrevista com o Custódio

data de publicação 2012-04-18

A escolha ecumênica de uma única data para a celebração da Páscoa Católica e ortodoxa na Terra Santa, a possível etapa de um areópago para os gentios em Jerusalém e a situação da Síria apresentada em uma entrevista com P. Pier Battista Pizzaballa, Custódio da Terra Santa.

Páscoa Católica e Páscoa Ortodoxa.. no próximo ano um único calendário para que todos os cristãos da Terra Santa possam celebrar juntos a festa mais importante do ano litúrgico, seja em Israel que nos Territórios Palestinos, uma experiência já feita este ano em algumas paróquias católicas.

“A escolha de adotar o calendário Juliano é mais uma necessidade pastoral porque muitas famílias, quase todas aqui, são mistas e pedem com insistência que por motivos familiares se faça a Páscoa em um dia e não em duas datas diferentes.
Estas escolhas , aqui na Terra Santa, pela história e pela localização geográfica serão sempre complicadas porque tem sempre um componente internacional que será um problema . Mas as relações entre as comunidade cristãs aqui são serenas, enquanto são mais complicadas as relações entre as instituições cristãs, principalmente entre as grandes instituições.

Do diálogo ecumênico ao inter- religioso, e ao diálogo entre os que não crêem . O cardeal Ravasi recentemente falou de Jerusalém como um possível ponto de partida para um “ areópago dos gentios” no Oriente Medio, uma oportunidade de diálogo também com os que não crêem. Mas, é este o tempo para um passo nesta proporção aqui no Oriente Médio ?


“ È necessário entender como seria feito..é necessário preparar bem. Aqui no Oriente Médio, em particular em Jerusalém, estamos acostumados a ter congressos, conferências sobre tudo. O risco é que permaneça como um encontro acadêmico e ao contrário se deve ser preparado no seu contexto e com a sua ligação no território e também com as instituições religiosas . È necessário também dizer que o ateísmo não funciona muito. O elemento religioso aqui é determinante e por isso seguramente teria uma dinâmica muito diferente em relação aos outros encontros. Poderia ser um estímulo muito importante de reflexão, de avaliação e de encontro entre os que não crêem.
Ao Custodio da Terra Santa pedimos também uma avaliação sobre a difícil situação da Síria e sobre as noticias que chegam através dos franciscanos.

“ Sinceramente não vejo soluções fáceis próximas. A comunidade internacional não pode fazer muito, creio que as soluções devem ser encontradas internamente, a comunidade internacional, o G8, o G20 poderão ajudar com a pressão, com todas as vias pacíficas possíveis, para encontrar uma solução que porém deve ser encontrada ali, no próprio país, que não creio acontecer em breve tempo”.
“ As noticias são um pouco fragmentadas ..existe muito medo, a situação econômica se está deteriorando e assim toda a vida social é muito tocada, muito ferida, criando uma situação também de desconforto que não ajuda”.


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