Novo comitê científico internacional para o Terra Sancta Museum | Custodia Terrae Sanctae

Novo comitê científico internacional para o Terra Sancta Museum

Há um ar de mudança para o Museu da Custódia Terra Santa e respira-se um vento internacional. O Terra Sancta Museum, de Jerusalém tem, na verdade, novo Comitê Científico, composto por Diretores e Peritos, vindos de todas as partes do mundo.
Reunidos pela primeira vez em Jerusalém, entre os dias 13 e 17 de setembro, o novo grupo de estudiosos contribuirá na fundação da parte histórica do museu. O comitê é dirigido por Béatrix Saule, Diretora geral honorária do Castelo de Versailles, e é guiado por Fr. Stéphane Milovitch, Diretor dos Bens Culturais da Custódia da Terra Santa, e por Fr. Eugênio Alliata, Diretor da parte multimedial arqueológica do Terra Sancta Museum.

Membros do Comitê
Diversos nomes ilustres estão envolvidos no projeto: Barbara Jatta, Diretora dos Musei Vaticani; Andreina Contessa, Diretora geral do museu histórico de Miramare, em Trieste-Itália; Przemysław Mrozowski, Diretor geral do Castelo de Varsávia; Gael de Guichen, Consultora da Direção geral do ICCROM (Centro internacional de estudos para a conservacao e restauração dos bens culturais); Michèle Bimbenet-Privat, curador geral do Departamento dos objetos de arte do Louvre; Jacques Charles-Gaffiot, historiador da arte e perito em iconografia; Benoit Constensoux, Historiador da Arte da Galerie Kugel; José Manuel Cruz Valdovinos, Professor de História da Arte, na Universidade Complutense de Madrid; Thomas Gaehtgens, Diretor geral do Getty Research Institute de Los Angeles; Paulus Rainer, curador do museu Kunsthistorisches Museum de Vienna; Danièle Veron-Denise, especialista em tecidos litúrgicos e profanos; Maria Pia Pettinau Vescina, especialista em tecidos antigos; Raphaëlle Ziade, responsável pelo Departamento Bizantino do Petit Palais, Musée des Beaux-Arts, em Paris.

Museu histórico
A nova secção histórica será aberta ao público, após dois ou três anos de trabalho, segundo as previsões do Comitê de peritos, e está dentro do projeto geral para o museu, lançado em 2013. Prevê-se, de fato, uma parte multimedial, uma parte arqueológica e outra histórica. A secção multimedial foi inaugurada em março de 2016 e está aberta ao público no Museu da Flagelação, contudo estão em curso os trabalhos de ajeitamento da secção arqueológica. A terceira secção será colocada no convento de S. Salvador, ao interno dos muros da cidade Velha de Jerusalém. Os locais mais antigos serão dedicados à mostra histórica dos franciscanos e as missões apostólicas e os espaços maiores serão destinados ao famoso Tesouro do Santo Sepulcro, os dons dados ao Santo Sepulcro por soberanos de toda a Europa.
O Comitê continuará os trabalhos à distância e in loco, com encontros periódicos, em Paris e Jerusalém.

Uma extraordinária coleção
Nesses dias de intenso trabalho, os Frades franciscanos mostraram ao Comitê as diversas secções do Terra Sancta Museum e as obras a serem expostas no futuro museu histórico. Discutiu-se sobre conservação, público de referência e colaboração que cada membro do comitê poderá dar. « Penso poder trazer, neste projeto, minha experiência na Terra Santa, tendo habitado aqui muitíssimos anos – disse Andreina Contessa, Diretora geral do Castelo de Trieste-Itália -. Trarei minha experiência de museu, as relações com o mundo hebraico e com um público mais extenso do que o dos perigrinos ». Falando das obras mostradas, Andreina Contessa comentou: « Muitas peças que vêm da Europa, refletem todo o amor que há por Jerusalém. São objetos que foram esplendidamente e com muito carinho cuidados pelos Frades da Custódia da Terra Santa, durante muitíssimos anos ». A admiração pelas coleções conservadas pelos Franciscanos foi a mesma do Diretor geral do Castelo de Varsóvia, Przemysław Mrozowski: « Eu havia visto alguns objetos no catálogo da mostra que, no passado, foi feita no Castelo de Versailles, mas porque a imaginação é limitada, não podia imaginar tanta coisa ». Muito impressionado pelas obras de Arte era também Gael de Guichen, especialista em conservação e restauração: « Havia visto uma coleção excepcional de objetos em número incrível, que também foram usados poucas vezes e estão bem conservados. É preciso trabalhar para evitar de danificá-los ao serem expostos, porque para os objetos será um choque. Mas, devemos conceder o mesmo prazer de admirar os objetos que eu tive, ao vê-los pela primeira vez ».

Um público grande e variado
A Diretora geral dos Museus Vaticanos Barbara Jatta comentou com entusiasmo sua participação: « É uma honra e prazer estar aqui em Jerusalém no Comitê científico do nascente museu histórico dos franciscanos da Custódia da Terra Santa. Os Museus Vaticanos recebem não só peregrinos, mas também visitantes em geral e creio o mesmo na Cidade Velha de Jerusalém », explicou a Diretora dos Museus Vaticanos. O objetivo do museu nascente é de não ser visitado apenas por peregrinos cristãos, mas de interagir com outras realidades que existem. Dessa mesma opinião é o Diretor do Castelo de Varsávia: « Não é questão de nacionalidade: todos os que vêm a Jerusalém estão interessados em ver um museu como este, e saber mais sobre o passado. Se for bem indicado, as pessoas virão visitá-lo ». « Queremos apresentar a dimensão cristã da cidade de Jerusalém e queremos chegar ao mundo inteiro, porque de Jerusalém partiu o anúncio do Evangelho a todo o mundo », comentou Fr. Stéphane Milovitch, Diretor dos Bens Cultuarais da Custódia da Terra Santa.
Para chegar o mais longe possível, o papel do Comitê é fundamental, afirmava Béatrix Saule, Diretora geral honorária do Castelo de Versailles e promotora do Comitê. « Aqui reuniram-se os melhores especialistas internacionais de diferentes disciplinas – disse Madame Saule – para desenvolver a pesquisa que ainda precisa ser feita para este museu e para valorizá-lo. Todos aderiram com entusiasmo, por causa da qualidade e pelo valor desta coleção ».

Um projeto de grande valor
O Custódio da Terra Santa, Fr. Francesco Patton, acompanhou o nascimento do Comitê e o encerramento dos trabalhos da primeira sessão. O projeto, segundo o Custódio, tem valor cultural, evangelizador e didático. « Tem valor cultural importante e é fundamental para o diálogo aqui, na Terra Santa, porque através da cultura podemos dialogar, seja com o mundo islamita como o hebreu – explicou -. Tem também valor de evangelização, porque mostra a história franciscana em Jerusalém e, por isso, a identidade cristã-católica, presente aqui ». Enfim, tem em mente também o público dos pequenos: « Tem um valor também didático, e faço votos de que, ao abrirmos o Terra Sancta Museum, ele seja frequentado pelos alunos das várias escolas de Jerusalém, tanto israelitas como palestinas – afirmou Fr. Patton -. As crianças vão ver e perceber essa história bela e fascinante, da qual também nós, hoje, fazemos parte ».

Beatrice Guarrera